sexta-feira, 29 de abril de 2011

Protocolo do encontro do dia 23/04/2011

O aquecimento foi proposto novamente pelo Ramom. Tínhamos que nos deitar no chão e conforme a nossa respiração movimentávamos.  Depois esse aquecimento ficou complexo, dessa fez o Ramon estava sendo orientado pela Martha. Íamos aos pouco levantando e fazendo movimentos no plano baixo, médio e alto. O espaço estava sendo delimitado, havia uma grande dificuldade em fazer os movimentos sem atrapalhar uns aos outros.

“Amou daquela vez como se fosse a última/ Beijou sua mulher como se fosse a última/ E cada filho seu como se fosse o único/ E atravessou a rua com seu passo tímido/ Subiu a construção como se fosse máquina”. Esse é um trecho da música construção do Chico Buarque, ela foi composto por ele em 1971, é possível observar a crítica que ele faz em relação aos riscos que os operários civis passavam naquela época.  Além disso, Chico Buarque, com essa música, provoca reflexão e discussão da situação que o Brasil se encontrava em 1971, com o “Golpe Militar” foi reduzido o salário mínimo e os cidadãos foram condicionados a viverem em situações não favoráveis.  A situação ainda não mudou, apesar de já terem se passado 47 anos do fim da ditadura, nós ainda passamos por várias dificuldades de sobrevivência.

A música construção nos fez refletir a situação atual do Brasil, a corrupção; os ricos a cada dia ficam mais ricos; a violência que somos obrigados a conviver; nosso dinheiro de tanto esforço está sendo jogado fora; a cobrança abusiva de impostos desnecessários, dinheiro esse que não é voltado para as necessidades básicas da sociedade: educação, saúde e transporte, e por ai vai. Além disso, também falamos sobre como o homem foi se transformando em uma máquina. Tudo esta robotizado, os movimentos, gestos e até pensamentos.  O trabalho manual foi trocado por máquinas, que trabalham dia e noite.  As empresas tratam seus funcionários como números, quantidades e metas. Se você não quer mais, não aguenta, há outro para substitui-lo.    

Dessa conversa sugiram duas cenas, bem parecidas, onde pessoas eram robôs e quando davam algum defeito, em um estralar de dedos era trocado o robô danificado.  Havia também o acumulo de funções estipuladas para uma pessoa.

Nesse mesmo dia fomos assistir um espetáculo no teatro do Sesc Pinheiros, a peça se chama Dna: somos todos muito iguais. Conta a estória de uma anja que caia na terra e se machuca, ela é encontrado por um homem que  a ajuda a se recuperar.  O espetáculo mostra números circenses e é contado o surgimento do homem.  

Assim acaba o nosso encontro. 


Fotos do nosso encontro





















Videos do encontro do dia 16/04/2011


Aquecimento propôsto por Marcos Ramon


Exercício propôsto pela artísta orientadora Martha Dias


Continuação

sexta-feira, 22 de abril de 2011

"Protocolo do encontro do dia 16/04/2011"

Protocolo do encontro do dia 16/04/2011

Nosso encontro começa com um exercício de aquecimento que o Ramon propôs, tínhamos que caminhar pelo espaço no mais desequilíbrio possível, muito engraçado, sair do eixo para andar. Depois a Martha nós propôs uma dinâmica. Eu levei um Cd com algumas músicas que foram censuradas na “Ditadura militar no Brasil” como, Roda Viva do Chico Buarque, Alegria, Alegria do Caetano Veloso, Pra não dizer que não falei das flores do Geraldo Vandré, entre outas.  A brincadeira era “Siga o mestre”, não é tão simples assim, porque todos juntos fazer um mesmo movimento, requer uma atenção e percepção em dobro.

Depois, tínhamos que sair de um ponto do palco, conforme a Martha ia batendo palmas, íamos ao centro do palco e formávamos um imagem, estimulados a princípio pelas músicas e depois por frase e palavras, propostas pela artista orientadora.  A dinâmica vai se tornado uma cena sem percebemos. A regra principal era: um de nós ser o líder (esse líder era trocado) fazer os movimentos e o restante das pessoas também imitarem esse líder, outra regra era: imitar o líder só se ele tivesse no nosso campo de visão.  No final terminamos com um único estimulo: o silêncio.

Por fim, conversamos tudo o que tínhamos feito naquele encontro, é impressionante a relação da ditadura militar, com o que vivenciamos hoje em dia. Há consequências no que aconteceu no passado. Chegamos a falar sobre a opressão das empresas com seu funcionários, a forma que somos obrigados a pegar um ônibus, em condições não agradáveis, o estresse que passamos com situações simples, e assim vai.
“É mais complexo do que já imaginávamos”, com está frase termino o protocolo, enigmático é o passado, como podemos conhecê-lo sem estar lá? Através dos livros? Das músicas? Ou das poesias e pinturas? Acredito que vendo as consequências de hoje, do mundo que vivemos, dos nosso princípios e das pessoas que somos.


"Fotos do encontro do dia 16/04/2011"





































quinta-feira, 14 de abril de 2011

Serie de Reportagens "Fantasmas da Ditadura"

A seguir veja o links destas reportagens do SBT

08 de Outubro Atriz Norma Benguel é sequestrada e espancada e solta no Rio de Janeiro

A seguir segue trechos da entrevista da atriz: 

Ricardo Kotscho: Nessa época mais ou menos do Roda Viva, da peça [de teatro] Roda Viva [escrita em 1967, estreou no Rio de Janeiro em 1968] do [músico e escritor] Chico Buarque, que houve esse seqüestro com você, não é?
Norma Bengell: Eu fui seqüestrada aqui no Teatro de Arena [em São Paulo, fundado em 1953], eu fui seqüestrada e espero que não seja hoje também. Eu fui seqüestrada aqui no Teatro de Arena porque eu tinha dado uma declaração sobre o aeroporto do Galeão, e a rádio Gazeta botou no ar. E aí me seqüestraram para saber sei lá quem era eu, e aí fizeram aquelas perguntas. Quer dizer, na realidade, eu acho que o meu trabalho de atriz nunca foi muito valorizado no Brasil, e sim as minhas posições político-libertárias, e também nem tão revolucionária eu sou assim, eu não sou nada, eu sou uma pessoa que reclama os meus direitos.
Ricardo Kotscho: De Roda Viva, da peça em que aconteceu esse seqüestro, para o Roda Viva de hoje, deste programa, o que é que mudou no Brasil, Norma? De Roda Viva a Roda Viva . Hoje dá para falar sem medo?
Norma Bengell: Olha, eu sempre falei sem medo, eu nunca tive medo de ninguém. Minha mãe dizia que, se eu fosse homem, graças a Deus que eu não tinha nascido homem, porque senão eu ia ser barra-pesada. Porque a mamãe conotava homem com revólver e com morte. Quer dizer, a geração dela, eu já não conoto mais assim. Mas eu acho que a ditadura criou uma geração que está precisando ser informada. Principalmente no Rio de Janeiro, aqui em São Paulo não sei muito, porque eu não vivo aqui, mas no Rio de Janeiro eu acho que essa geração tem que ser informada. Nós temos que contar a história verdadeira do Brasil, porque eles foram enganados durante vinte anos.
Norma Bengell: Olha, eu sempre falei sem medo, eu nunca tive medo de ninguém. Minha mãe dizia que, se eu fosse homem, graças a Deus que eu não tinha nascido homem, porque senão eu ia ser barra-pesada. Porque a mamãe conotava homem com revólver e com morte. Quer dizer, a geração dela, eu já não conoto mais assim. Mas eu acho que a ditadura criou uma geração que está precisando ser informada. Principalmente no Rio de Janeiro, aqui em São Paulo não sei muito, porque eu não vivo aqui, mas no Rio de Janeiro eu acho que essa geração tem que ser informada. Nós temos que contar a história verdadeira do Brasil, porque eles foram enganados durante vinte anos.
Norma Bengell: Olha, eu espero que sim, mas eu acho que a Constituinte é meio conservadora.
Luiz Fernando Emediato: Norma, você tem orgulho ou tem vergonha de viver neste Brasil de hoje?Norma Bengell: Às vezes eu tenho orgulho e às vezes eu morro de vergonha.Luiz Fernando Emediato: E tem vergonha por quê?Norma Bengell: Porque, quando eu ando na rua, eu vejo um país de mendigos. É um país de pedintes, todo mundo pede, não é? Eles pedem na rua, coitados, porque não têm como sobreviver; é um país reacionário, não é? Não é um país humano, do jeito que o povo está sendo tratado; e eles pedem pela televisão. Eles pedem, pedem, pedem, porque eu acho que os nossos governantes... mas não é de agora, muitos que nós tivemos... eu nasci durante o [governo de] Getúlio [Vargas], eu nasci em 35. Então, eu acho que o Brasil é um país mal governado e o povo mesmo não sabe ainda reivindicar os direitos dele. Agora que está... tem [Luiz Inácio] Lula [da Silva], tem mil pessoas aí berrando, mas o povo brasileiro é muito dócil, ele fica dizendo: Deus dará, Padre Cícero dá. Não, vamos respeitar o padre Cícero e Deus, mas se você não for à luta, ninguém vai lhe dar nada. Eu acho que também não adianta só dizer assim: os governantes e os governantes, porque fica aí uma coisa meio paternalista. Eu acho que a gente tem que ir lá ganhar o que a gente quer também. Eu morro de vergonha de ver essas crianças na rua pedindo, é velho pedindo, é racismo. Você não tem vergonha? 
Luiz Fernando Emediato: Às vezes sim, mas a entrevistada é você.
Ricardo Kotscho: Na época da ditadura militar, na época do seu exílio, o grande sonho de quem estava fora do Brasil era voltar para o Brasil, e hoje, na Nova República, o grande sonho da classe média brasileira, segundo todas as pesquisas publicadas recentemente, é ir embora do Brasil. O que aconteceu nesse meio-tempo?
[Aparece uma charge de Paulo Caruso em que Norma Bengell é representada, de costas, nua, com cabelos ruivos longos e com grandes e coloridas asas de borboleta. Descalça, deixa pegadas por onde passa.]
Norma Bengell: Eu acho que são os problemas econômicos, mas eu sou contra isso. Eu fui amiga de um homem chamado Alain Aptiekman, que era filho de um exilado russo, e que era um exilado russo bem-sucedido, economicamente bem-sucedido. E ele, antes de morrer, ele disse para o Allan: por pior que esteja o seu país, nunca emigre, porque tem uma palavra que se chama estrangeiro; você é uma pessoa estranha, não é? Então, eu acho que a gente tem que lutar aqui mesmo, viu?

 Gostou Veja o Link para o site por apenas R$1,99
http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/512/entrevistados/norma_bengell_1988.htm

Passeata Contra a Censura Pela Cultura

12 de fevereiro de 1968 - Teatro nas ruas contra a Censura

O movimento de protesto contra a Censura, levou a classe teatral brasileira à decretação de uma greve de 72 horas no Rio e em São Paulo. Profissionais do teatro e do cinema, escritores, arquitetos e artistas plásticos, munidos de faixas e cartazes concentraram-se nas escadarias do Teatro Municipal, na Cinelândia, Rio de Janeiro. O povo reagiu favoravelmente, assinando as listas de solidariedade que circulavam nas escadarias.

Os últimos atos da Censura teatral mostraram a força do poder autoritário no Brasil com a proibição de Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams; Senhora da Boca do Lixo, de Jorge de Andrade , e Poder Negro, de Le Roy Jones; além de suspender por 30 dias os atores Maria Fernanda e Oscar Araripe. Afirmaram os artistas que Um Bonde Chamado Desejo já havia sido representada centenas de vezes no Brasil e que Senhora da Boca do Lixo foi encenada por 300 dias, no Teatro Nacional de Lisboa.

Os líderes do movimento acrescentaram: "O que levou os artistas às ruas tem raízes bem profundas, na manifestação policialesca de um grupo que procura sufocar a cultura como forma de expressão da oposição, no plano intelectual, ao que vem ocorrendo no país".
No cinema, o processo arbitrário da Censura Federal estava do mesmo modo presente.

 Intelecutais coordenam o movimento

 

 

Da esquerda para a direita: Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara e Norma Benghel.





Fizeram parte do movimento: Oto Maria Carpeaux, Chico Buarque de Holanda, Alceu de Amoroso Lima, Juca Chaves, Oscar Niemeyer, Abelardo Barbosa Chacrinha, Carlos Drummond de Andrade, Grande Otelo, Antônio Calado, Djanira, Vinícius de Morais, Tônia Carrero, Di Cavalcanti, Nelson Rodrigues, Gláuber Rocha, Cacilda Becker, Valmor Chagas, Paulo Autran, Bárbara Heliodora e Domingos de Oliveira. O Sr. Gama e Silva, Ministro da Justiça, não recebeu a comissão por ter ido a Petrópolis, a chamado do Presidente Costa e Silva.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Batismo de Sangue


Sinopse



Na cidade de São Paulo, no final da década de 1960, o convento dos frades dominicanos torna-se uma das mais fortes resistências à ditadura militar vigente do Brasil. Movidos por ideais cristãos, os freis "Tito", "Betto", "Oswaldo", "Fernando" e "Ivo", passam a apoiar logistica e politicamente o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado à época por Carlos Marighella. O grupo dissocia-se após uma conversa entre Frei Diogo e seus frades, onde conlui-se a necessitade de dispersão do grupo a partir de então.
Frei Ivo e Frei Fernando partem para o Rio de Janeiro, onde são surpreendidos e torturados por oficiais brasileiros que, acusando-os de traidores da igreja e traidores da pátria, perguntam por informações sobre o local de reunião do grupo para a posterior captura e execução de seu líder, Carlos Marighella. Após sofrerem cruel tortura, os frades informam aos policiais o horário e o local de reunião do grupo, onde Marighella costuma receber recursos oriundos da igreja. Marighella é então surpreendido e executado por policiais do DOPS paulista, sob o comando do delegado torturador Fleury. Frei Betto, refugiado no interior do Rio Grande do Sul, é encontrado, preso, e une-se ao restante do grupo no presídio de Tiradentes, em São Paulo, em 1971. Os frades são posteriormente julgados e sentenciados a quatro anos de reclusão em regime fechado.
A única exceção é Frei Tito, que liberto por um processo de negociação para a libertação de um embaixador seqüestrado pela ALN, exila-se na França. Frei Tito não consegue superar as seqüelas psicológicas sofridas após ser preso e torturado e acaba suicidando-se, ainda na França.

Filmes e peças de teatro que falam sobre a ditadura militar

Ponto de Partida




"Ponto de Partida é um dos marcos do teatro de resistência, movimento teatral que se coloca contra o regime militar de 1964 e em contraposição ao ambiente gerado pelo AI-5 e, conseqüentemente, à censura que vigora a partir de então. Faz parte de um conjunto de peças que enfoca a repressão à luta armada e a supressão da liberdade, muitas vezes apelando para episódios históricos ou situações simbólicas e alegóricas”.


"Sob o impacto da morte de Vlado escrevi “ponto de partida”. Intuía ser aquele momento decisivo para a derrocada do regime militar. Tencionava abrir meu espírito e coração escrevendo sobre os anos de chumbo em que vivíamos, assolados pelo medo, acordando sobressaltados, mas também sobre coisas belas, os atos de solidariedade, a generosidade na luta. De vlado nasceu birdo. Birdo, pássaro em esperanto, liberdade, ternura, consciência, sabedoria e amor. De Clarice Herzog, mulher de vlado, nasceu maíra, amada de birdo, encontrado em uma triste manhã, enforcado. Maíra que espera um filho de birdo, que se recusa a aceitar o suicídio do amante e que expressa as razões de sua incredulidade diante do povo. A peça é atual. Sua mensagem é válida sempre que houver autoritarismo e essa democracia totalmente esfrangalhada.”

Documentário sobre a Ditadura Militar exibido no Conexão Repórter do SBT

Abaixo seguem 3 videos gravados do programa Conexão Repórter do SBT especial sobre a ditadura . Nesta reportagem são entrevistados os militares e também as vítimas da ditadura no Brasil. Os videos não estão em ótima qualidade, foram os únicos que eu achei até agora , se eu achar em uma qualidade melhor eu posto depois. Até mais !







Por Romario

Roda Viva



Roda viva é uma peça de teatro brasileira. Foi escrita por Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Foi a primeira incursão de Chico Buarque na área da dramaturgia.

Principais pesonagens e atores

  • Benedito Silva / Ben Silver / Benedito Lampião -  Heleno Prestes, e depois Rodrigo Santiago
  • Anjo da Guarda -  Antônio Pedro
  • Juliana / Juju - Marieta Severo, e depois Marília Pêra.
  • Capeta  - Flávio Santiago.
  • Mané - Paulo Césa Pereio.


Baile na curva




Bailei na Curva é uma das peças de maior sucesso do teatro gaúcho. O argumento, roteiro e texto final é de Júlio Conte, baseado em improvisações dos atores Flávio Bicca, Márcia do Canto, Lúcia Serpa, Hermes Mancilha, Regina Goulart e Cláudia Accurso.
Do gênero comédia dramática, a peça foi escrita e encenada pela primeira vez em 1983, no Theatro São Pedro, com grande aceitação do público e da crítica. Depois dis so, teve diversas montagens.
A peça conta com 48 personagens, interpretados por oito atores, quatro homens e quatro mulheres.
Foi editada em livro pelas editoras L&PM e Mercado Aberto.

A peça mostra a trajetória de sete crianças, vizinhas da mesma rua na cidade de Porto Alegre, durante três décadas. Tem como pano de fundo os fatos políticos a partir do golpe militar de abril de 1964 até o movimento das Diretas Já, em 1984.

Personagens

  • Ana – a filha de um militar que, quando criança, gosta de Pedro.
  • Pedro – jovem cujo pai é um sindicalista ligado ao antigo PTB, e a mãe, D. Elvira, é uma costureira.
  • Gabriela – irmã de Pedro; sonha ser médica.
  • Caco – filho de um empresário em ascensão e engajado no movimento militar; acredita em Deus, pátria e família; mora na frente da casa de Paulo.
  • Paulo – filho de um professor universitário e ideólogo da esquerda. 
  • Ruth – a gordinha da turma, cuja mãe é diretora do colégio.
  • Luciana – a irmã mais moça de Ruth.

Jânio a 24 quadros



Sinopse


O filme conta a trajetória política de Jânio Quadros, mesclando passagens interpretadas por atores com pesquisas em documentários.

Pra frente Brasil



Sinopse


Em 1970, na época dos anos de chumbo e do dito "milagre econômico", o Brasil vibra com a Seleção Brasileira  de Futebol na Copo do Mundo sediada no México. Enquanto isso, prisioneiros políticos são torturados por agentes da repressão oficial e inocentes também acabam sendo vítimas dessa violência.

Jofre Godoi da Fonseca é um pacato trabalhador de classe média, casado com Marta, com quem tem dois filhos. Miguel, seu irmão, goza dos mesmos privilégios que ele, apesar de amar Mariana, uma guerrilheira de esquerda. Quando Jofre divide um táxi com um militante de esquerda, é tido como "subversivo" pelos órgãos de repressão. É preso e submetido a inúmeras sessões de tortura.
Miguel e Marta tentam encontrá-lo através dos meios legais, mas se deparam com a relutância da polícia em investigar o desaparecimento. Com o telefone grampeado, Miguel recebe Mariana em casa, ferida após um fracassado assalto a banco. É quando ele fica sabendo da atuação de um grupo de repressão política patrocinado por empresários.
Enquanto isso, Jofre consegue fugir de seu cativeiro, mas é alcançado pela Veraneio de seus algozes, que assistiam à cena escondidos. Barreto, o chefe dos torturadores sai do veículo e vai pessoalmente verificar o estrago que seus homens haviam feito em Jofre. Cumprido o dever, retornam ao cativeiro onde, por conta das torturas sofridas, o inocente acaba morrendo ao som dos gols do jogo Brasil versus Itália e da marchinha do tricampeonato, "Pra frente, Brasil".

A vida dos outros



Sinopse


O filme narra a história de um agente  da Stasi, a polícia política da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) chamado Gerd Wiesler (interpretado por Ulrich Muhe, falecido em 2007) que se envolve num serviço de escutas clandestinas do apartamento de um casal da cena cultural de Berlim Oriental, o escritor Georg Dreyman (Sebastian Koch) e a atriz Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck). Mais tarde, ele se vê envolvido na vida do casal e tem um papel decisivo em seus destinos.

Zuzu Angel



Sinopse
  
Conta a história da estilista Zuzu Angel que teve seu filho torturado e assassinado pela ditadura militar. 
Ela também foi morta em um acidente de carro forjado pelos militantes do exército ditatorial em 1976.

O que é isto conpanheiro?

      
Sinopse



O enredo conta, com diversas licenças ficcionais, a história verídica do sequestro do embaixador dos Estados Unidos  no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, por integrantes dos grupos guerrilheiros de esquerda MR-8- e Ação Libertadora Nacional, que lutavam contra a ditadura militar do país na época e pretendiam trocar o embaixador por companheiros presos. Alguns nomes dos personagens ligados à guerrilha foram trocados em relação a seus nomes verdadeiros no livro e na vida real.

Vai o Trailer deste filme do YOU TUBE
http://www.youtube.com/watch?v=9iD9skE6l-o




domingo, 10 de abril de 2011

Protocolo do encontro do dia 09/04/2011

"Olâ! Esse é o protocolo de mais um encontro, me perdoei se faltou alguma coisa, mas foram ditas muitas palavras, espero que gostem e se acharem necessário acrescentar, acrescentem" 

Quando cheguei ao Ceu Casablanca, praticamente todos já estavam lá, faltavam duas pessoas que iriam chegar depois. Começamos a falar sobre a “ditadura militar”, que foi implantada no Brasil em 01 de abril de 1964, parece piada, mas a ditadura começou logo no dia da “mentira”, mas infelizmente era a mais triste verdade e realidade do povo brasileiro daquela época.

O assunto é complexo, a Lika trouxe algumas charges da ditadura. Foi contado um pouco sobre o surgimento desse tempo ditador. A Martha nos explicou que naquela época existiam eleições para escolher o presidente e o vice-presidente, logo foram eleitos Jânio Quadros e o seu vice João Goulart. Como o Jânio renuncio, Goulart assumiu a presidência e isso trouxe a revolta de muitas pessoas, como por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e a classe média, que temiam a mudança do Brasil para o lado socialista.
Em 1964 iniciou não só a ditadura militar, mas também a era de um povo que lutou com a própria vida, pelo o direito de expressão e a liberdade, de poder tomar suas decisões. Além disso, foi um tempo de opressão contra os artistas, que tiveram censurados durantes anos, foi nessa época que apareceram grandes nomes da música,
teatro, pintura, etc.

Eu cantei três músicas que foram símbolos da ditatura, Alegria, alegria de Caetano Veloso, Roda Viva de Chico Buarque e Pra não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré.

Por fim, vimos ás charges que a Lika trouxe e discutimos a mensagem que ambas queriam passar. É complicado entender uma época que não vivemos, mas é importante sabemos que muitas coisas que temos nos dias de hoje, é graças a pessoas que não calaram diante da injustiça e da opressão. Será difícil entendermos a importância e o porquê disso, mas no final será satisfatório o entendimento da nossa história que interfere em nosso presente e futuro.

História da ditadura militar no Brasil

A ditadura militar O golpe de 1964 Em 20 de março de 1964, a Associação dos marinheiros e dos fuzileiros navais pediu a demissão do ministro da Marinha, Almirante Sílvio Mota, fato que demonstrava grave indisciplina. O governo da República colocou-se numa posição favorável aos marinheiros. Em 31 de março, as Forças Armadas desencadearam o movimento que iria depor João Goulart. Os Generais Olímpio Mourão Filho e Carlos Luís Guedes alertaram suas tropas, recebendo o apoio do então governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto. Logo a seguir, quase todos os estados se aliaram ao golpe militar. No dia seguinte, o presidente vendo que não contava com o apoio das forças da capital federal seguiu para o Rio Grande do Sul. O senado declarou que o cargo presidencial estava vago e empossou o Presidente da Câmara Ranieri Mazzili. O regime militar O GOVERO DO GENERAL CASTELO BRANCO. 


Em 1964, o Comando Supremo da Revolução, nos primeiros dias de abril, editou, o Ato Institucional nº 1, suspendendo as garantias constitucionais estabeleceu eleições indiretas e o Executivo passou a ter direito de cassar mandatos políticos e decretar estado de sítio, sem consultar o Congresso. Essas medidas atingiram principalmente os líderes do regime deposto e as organizações que exigiam as reformas de base como a CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), a PUA (Pacto de Unidade e Ação) e as Ligas Camponesas. Após estas medidas foram instaurados inquéritos seguidos de processos políticos a cargo da Justiça Militar. &nbs p; O movimento vitorioso justificava-se como restaurador da economia, abalada pelas constantes greves, e favorável à definição de um padrão de desenvolvimento baseado na livre empresa e associado ao capital estrangeiro. Politicamente, o projeto do General Humberto de Alencar Castelo Branco, escolhido como presidente, incluía o fortalecimento do Executivo e a segurança do Estados, para os quais foram criados órgãos como o Serviço Nacional de Informações (SNI). A segurança nacional foi o argumento usado para justificar as arbitrariedades praticadas. Em 1965, realizaram-se eleições para governador em 11 estados e o governo perdeu em 5 deles. Em resposta, foi editado o AI-2, que permitia a intervenção do governo nos estados e municípios e que pó Executivo legislasse através de “Decretos-Lei”. Também extingui os partidos políticos e cancelou seus registros. A partir daí, passaram a existir apenas 2 partidos, a ARENA(Aliança Renovadora Nacional) e o MDB(Movimento Democrático Brasileiro). A Ato Institucional nº 3 foi decretado logo em seguida, acabando ainda mais com a democracia no país. Esse Ato estabelecia o fim das eleições diretas para governadores e prefeitos das capitais. A partir de então os governadores seriam indicados pelo presidente para a aprovação das assembléias Legislativas. E os prefeitos seriam indicados pelos governadores. 


Em 1966, o Congresso Nacional Foi Fechado, o que provocou a reação de muitos que se identificavam com o movimento. As cassações de mandatos continuaram. Decretou-se também o Ato Institucional nº 4, que dava ao governo poderes para elaborar uma nova Constituição. No início de 1967, O Congresso foi reaberto, desfalcado de alguns parlamentares, e aprovou uma nova Constituição, elaborada por juristas do governo. As atribuições do poder Executivo foram consideravelmente aumentadas, e a autonomia dos estados diminuída. Instituiu, ainda, um tribunal Militar para julgar os civis. Desta forma, o Marechal Castelo Branco pode contar com um Congresso bastante submisso. Foi essa submissão que possibilitou a aprovação de novos atos ditatoriais, como a limitação do direito de greve e a deposição dos governadores de Goiás, Amazonas e Rio de Janeiro. &nbs p; Não foram apenas líderes políticos e sindicais que foram perseguidos pelo regime militar. Intelectuais, fincionarios públicos, militares e artistas foram demitidos ou sofreram perseguições porque a ditadura os considerava perigosos. Acreditavam que, impedindo essas pessoas de exercer sua profissão, estariam combatendo o Comunismo. Ao final do governo Castelo Branco, quase 4000 pessoas já haviam sido punidas. &nbs p; Mesmo com a institucionalização da ”Revolução”, como desejava o presidente Castelo Branco, a democracia estava longe de ser garantida. 


Os partidos não representavam os diferentes interesses em jogo, dificultando a participação popular. &nbs p; Ao nível econômico, o Governo Federal, procurou exercer um controle sobre a inflação, incentivou as exportações e procurou atrair investimentos externos. Para controlar a inflação, houve uma queda nos salários, o aumento das tarifas públicas e uma diminuição dos gastos do Estado. Essa política favoreceu a negociação do Governo com o FMI, obtendo empréstimos. Os EUA renegociaram a dívida externa do Brasil e instalaram-se várias empresas norte-americanas no país. & nbsp; O desenvolvimento Capitalista brasileiro, do qual se beneficiavam a burguesia e as empresas estrangeiras ou associadas ao capital estrangeiro, precisava das Forças Aramadas e dos tecnocratas para exercer funções de controle, no plano social e modernizadoras, no plano administrativo. &nb sp; Ao final do governo Castelo Branco o Alto Comando Militar, escolheu como novo presidente o marechal Artur da Costa e Silva, que era o Ministro da Guerra. Essa escolha foi confirmada pelos membros da ARENA no Congresso Nacional. Para registrar seu protesto o MDB retirou-se do local da votação

Fonte: A Ditadura Militar no Brasil http://pt.shvoong.com/humanities/1728618-ditadura-militar-brasil/#ixzz1JAdv8iv4

Músicas da época da ditadura militar no Brasil

"Pra não dizer que não falei das flores" (também conhecida como "Caminhando") é uma canção escrita e interpretada por Geraldo Vandré. Ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1968 e, depois disso, teve sua execução proibida durante anos, pela ditadura militar brasileira.

A melodia da canção tem o ritmo de um hino, e sua letra possui versos de rima fácil (quase todos em ão), que facilitam memorizá-la, logo era cantada nas ruas. O sucesso de uma canção que incitava o povo à resistência levou os militares a proibi-la, usando como pretexto a "ofensa" à instituição contida nos versos "Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem razão".
A primeira artista a interpretar "Caminhando" após o período em que a canção esteve censurada foi Simoni, em 1979, conquistando enorme sucesso de crítica e público. A canção também foi regravada por Ana Belén, Zé Ramalho e Charlie Brown Jr.



Músicas da época da ditadura militar no Brasil

Roda viva é uma peça de teatro brasileira. Foi escrita por Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Foi a primeira incursão de Chico Buarque na área da dramaturgia.
Na estreia, fizeram parte do elenco Marieta Severo, Heleno Prestes e Antônio Pedro, nos papéis principais, e a temporada foi considerada um sucesso.


Durante a segunda temporada, com Marília Pera , André Valli e Rodrigo Santiago substituindo o elenco original, a obra virou um símbolo da resistência contra a ditadura militar. Um grupo de cerca de cem pessoas do Comando de Caças ao Comunistas (CCC), invadiu o Teatro Galpão, em São Paulo, e espancou os artistas e depredou o cenário.


Após o revés na capital paulista, o espetáculo voltou a ser encenado, desta vez em Porto Alegre. No entanto, os atores da peça voltaram a ser vítimas da violência e intransigência do CCC e, após este segundo incidente, o Roda Viva deixou de ser encenada. Mas esta é considerada uma das mais importantes peças de teatro brasileiras já produzidas nos anos 60.


O enredo


O espetáculo conta a história de um cantor que decide mudar de nome para agradar ao público, em um contexto de uma indústria cultural e televisiva nascente no Brasil dos anos 60. A peça é encenada em dois atos, contando a ascensão e queda de Benedito Silva, que passou a adotar o nome de Ben Silver. Mas o que marcou a peça foi a sua agressividade proposital com o intuito de chocar o público para os problemas que cercavam o país na época.




Chico Buarque, além de autor da peça, também criou a sua canção-tema, com o mesmo título. 
Na década de 60, esta canção foi gravada com o grupo Mpb4. Em 2004, a cantora Fernanda Porto regravou, ao lado de Chico, uma versão mais moderna de Roda Viva.






Músicas da época da ditadura militar no Brasil

Alegria, alegria, música do cantor e escritor brasileiro Caetano Veloso. Essa canção foi um dos marcos inicias do movimento tropicalista em 1967. 
Caetano Veloso, em parte inspirado pelo sucesso A banda, de Chico Buarque, que havia concorrido no festival de música da Tv Record no ano anterior, quis compor uma marcha assim como a canção de Chico. Ao mesmo tempo queria que fosse uma música contemporânea , pop, lidando com os elementos da cultura de massa daquela época. Caetano ainda inclui uma pequena citação do livro As palavras, de Jean Paul Sartre: "nada nos bolsos e nada nas mãos", que acabou virando "nada no bolso ou nas mãos". 

Apresentada pela primeira vez no festival da Tv Record, daquele ano, a canção chocou os chamados "tradicionalistas" da música popular brasileira, devido a simples presença de guitarras.

No ambiente político-cultural na época, setores de esquerda classificaram a influência do Rock como um alienação cultural, o que também foi sentido por Gilberto Gil quando apresentou Domingo no parque, no mesmo 
festival.

Apesar da rejeição inicial, a música acabou conquistando a maior parte da platéia. Acabou se tornando uma das favoritas, com as manifestações superando as facções mas nacionalistas. A música acabou chegando em quarto lugar na premiação final.

Com o improvável sucesso de Alegria, alegria, Caetano se tornou de imediato um popstar, febre que só passou após alguns meses, embora a música tenha lançado Caetano para fama, e sua carreira posterior só confirmando sua popularidade. 

" Agora eu podia dizer mais uma coisinha a mais: eu acho que com relação a ideia que se fazia, de que fôssemos talvez traidores de um possível nacionalismo, na verdade no tropicalismo tínhamos uma atitude radical mente nacionalista agressiva, era de um nacionalismo agressivo, imensalmente ambicioso, que não morreu, de todo, mas no momento era bastante ingênuo, naquele momento era bastante ingênuo, que era de um nacionalismo de tomar posse de tudo e passar a ter essas forças nas nossas mãos, fossem elas assim: o domínio de cultura de massa, o domínio das tecnologias. Entendeu? Enfim, uma atitude de país que estava tornando sujeito da história do mundo, e que queria ser um sujeito diferente, original. Eu ainda quero isso". 

Diz Caetano Veloso a uma entrevista, em um programa especial de 50 anos de sua carreira, exibido em 1992. 


Construção de Chico Buarque


Olá galera, estou postando esses vídeos do Chico Buarque, pois a muito tempo essa música meche com a minha imaginação.
Eu a tenho como uma afinidade até mais do que as mais populares como Roda Viva, me fazendo remeter a varias imagens de algo robótico; como a unica opção de sobrevivência; pelo único cotidiano forçado; a rotina sem esperança de mudança; o conformismo de estar preso a esse mecanismo por causa de sua família; o pensamento da morte em frente a essa opressão, a repetição forçada e esganada das frases dando a sensação de esta fora da realidade após a primeira parte da musica; e outras coisas a mais que também me vem a cabeça. E por esse fato eu a procurei no you tube e encontrei essa interpretação, escrita ai em baixo, da música pela Rafaela Braga, que dá um grande complemento do meu pensamento e de dados históricos relevantes da época.




                                                                                                       
HUGO, Victor. 
Contrução, in 
BUARQUE, Chico (Compositor e Cantor)
São Paulo: 10/04/2011

Interpretação da música, pesquisada e concluída por Rafaela Braga:

O trecho: "Subiu a construção como se fosse máquina/Ergueu no patamar quatro paredes sólidas/Tijolo com tijolo num desenho num desenho mágico"; nos transmite essa idéia e nos permite pensar no sujeito de "Construção" como um operário. Os elementos "construção", "quatro paredes" e "tijolo" convergem para a formação discursiva do campo da construção civil.

Além disso, o momento histórico de produção da canção foi marcado por acidentes de trabalho, baixos salários e longas jornadas de trabalho na sociedade brasileira.

"Beijou sua mulher como se fosse a última"; "E cada filho seu como se fosse o pródigo". Ressaltamos que existe mais de um filho. Apontamento para uma possível "realidade" brasileira daquela época e da atual: "a do trabalhador com mulher e filhos para cuidar".

"Subiu a construção como se fosse máquina/Ergueu no patamar quatro paredes sólidas". Ao ser comparado à máquina, o sujeito recebe uma definição que nos permite pensar o operário da construção. Nesse sentido, ele deve realizar suas funções mecanicamente, sem pensar ou questionar. É isso que percebemos no sujeito de "Construção". Os passos devem ser seguidos metodicamente para que não se perca tempo nem dinheiro. Notamos aqui, a profunda disciplinarização existente para que o operário produza de maneira eficaz. Essa é uma das marcas da sociedade capitalista contemporânea.

O sujeito de "Construção", ao interagir com os demais, está inserido numa rede de poderes da qual não pode se desprender. Com relação aos membros da família, ele é o chefe. Com relação aos superiores no trabalho -- pressupostos pela função social ocupada -- ele é chefiado.

É a crítica a um poder que impede que o sujeito constitua-se como tal.

Aparentemente, "Construção" reproduz uma situação corriqueira de trabalho. Percebemos o tom crítico pela sanção dada ao sujeito e pela indiferença do sistema quanto à morte dele, como fica explícito no seguinte trecho: "Morreu na contramão atrapalhando o tráfego".

A morte do sujeito é a sanção negativa que atrapalha o trânsito, ou seja, que impede o funcionamento da engrenagem. É importante ressaltar que essa era a "realidade" de muitos brasileiros naquela época. Muitos cidadãos mantinham-se por meio do trabalho na construção civil. Se efetuarmos uma reflexão sócio-histórica do período em que "Construção" foi composta, entenderemos as possíveis influências das condições de produção.

O Brasil, passava por um processo de expansão industrial. O crescimento das indústrias e o incentivo dado às multinacionais traziam benefícios "reais" apenas às classes média e alta. A classe trabalhadora era explorada e submetida a longas jornadas de trabalho devido aos baixos salários. Trabalhava-se mais para compensar a baixa salarial.

Além disso, o número de acidentes de trabalho era muito elevado. Essa é outra marca contextual que nos permite realizar uma leitura crítica de "Construção". O sujeito da canção cai do andaime -- fator que o leva à morte. Na época, o Brasil foi considerado campeão mundial em acidentes de trabalho. Só no ano de 1974, no Estado de São Paulo, região mais industrializada do País, um quarto da força de trabalho registrada foi atingida, considerando-se apenas os números dos acidentes de trabalho que foram registrados (780 mil casos)

A canção tem o poder de despertar nos cidadãos, a consciência crítica e a sensação de revolta.

Ela serve para excluir os sujeitos do poder ou dar voz àqueles que são excluídos. Por outro, é a possibilidade de se propor uma mudança na organização do poder.

Entendemos, dessa forma, que a canção de Chico Buarque representa a voz daqueles que estão marginalizados pelo poder.

Na construção notamos uma inversão dos valores e papéis sociais. O sujeito excluído socialmente ganha voz no discurso de Chico.

Com isso, concluímos que a arte de Chico propõe a mudança de um sistema - o sistema ditatorial - por meio da criação de sujeitos que "refletem e refratam" a "realidade" social brasileira com o propósito de invertê-la.

BRAGA, Rafaela. 
Contrução, in 
BUARQUE, Chico (Compositor e Cantor)
YouTube: 10/10/2007

"Construção" foi o quinto disco do cantor carioca. Lançado em um dos períodos mais críticos do Regime Militar, o álbum representa uma mudança no trabalho do artista. Se antes Chico harmoniza Bossa Nova com composições veladamente críticas à ditadura brasileira, em "Construção" o cantor mostrou-se mais ousado - como mostra os versos iniciais de "Deus lhe Pague", faixa que abre o LP ("Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir"). Em "Samba de Orly", parceria com Toquinho e Vinicius de Moraes, Chico canta abertamente sobre o exílio - o que fez com que a canção fosse parcialmente censurada. A faixa-título é uma crítica sobre um homem que trabalhou arduamente até sua morte. Não faltaram também o lirismo característico do artista, como demostrado em "Olha Maria" e "Valsinha".

"Construção" foi eleito em uma lista da versão brasilieira da revista Rolling Stone como o terceiro melhor disco brasileiro de todos os tempos.

O álbum também se encontra no livro "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer", feito por jornalistas e críticos de música internacionalmente reconhecidos.

A musica também é uma das poucas da lista de melhores discos da rolling stones que tem apenas um remix.

ZERATI, Edson. 
Contrução, in 
BUARQUE, Chico (Compositor e Cantor)
YouTube: 20/12/2010