Era uma vez um peixe que foi tirado do imenso mar e criado num aquário, o tempo se passa e suas gerações não entendiam por que estavam ali, um mero enfeite de recepção talvez. Com o tempo de geração em geração as ideias se confundiram e o mar não era tão imenso embora parecesse ter algo fora que não era alcançável, mas ali já era o suficiente para viver. Cada peixe tinha um cantinho para dormir, a comida vinha dos céus, havia pedras no fundo e algumas algas, ali sim era o mar...
Cada um vive num aquário diferente dizendo que vive no mar, não tendo coragem de sair para ver o que tem fora, poderiam morrer, mas morreriam na verdade de ser sábio por ter visto algo além e tomado conhecimento de seu meio.
Sempre me disseram que vivo num mar, desconfio..., pois o mar me parece ter algo a mais lá fora que parece não ser alcançável.
As palavras vão se instalando, não sei mais o que vejo o que escuto e onde vivo.
Cada pessoa fala e cada pessoa que fala compartilha uma pessoa que existe dentro de si, às vezes temos que eliminar algumas, pois elas falam demais, nos confundem a ponto de não sabermos.
O despertar de dentro de si está nas palavras do outro, não do outro ser humano, mas sim do outro que te permite escutar ou não o que se está sendo dito, às vezes ele te revela determinada situação tempos depois. Mas muitas vezes não te permite se encontrar com o tempo do outro, (desta vez do outro mesmo, o outro ser humano com todos os outros dentro de si) cabe a você a luta de continuar andando para o mesmo lado, pois a determinada importância só terá importância se revelar resultados internos em atitudes, fazendo acordar todos os outros adormecidos, para quem sabe conhecer algum que esteja engaiolado e queira de alguma forma voar, mesmo sem saber voar.
Ainda sim os “outros” internos não nos deixam cair, cair na realidade apresentada, mas também não nos deixam respirar o ar puro que não nos é oferecido, respiramos então um ar falso, temos então que dar as mãos e entrar em sintonia com os “OUTROS” dentro do “EU”, temos então mais uma vez que prestar atenção no que estamos vivendo realmente e se arriscar a viver de verdade.
A sintonia com o grupo está na busca por si próprio nas palavras que remetem a formas de entendimento que devem ser manifestadas. Pois começar a ver coisas dentro de outra perspectiva para sair dos passos e correr depende dessa busca e o apoio do outro, para que assim possamos morrer juntos matando os “outros” de cada um para sobreviver, morrendo na verdade de ser sábio por ter visto algo além, vivendo na ignorância das influencias cegas, mas antes disso, ter tido o conhecimento de seu meio, que não passava de um aquário o tempo todo, com vozes sobrepostas de “os outros”.