Alegria, alegria, música do cantor e escritor brasileiro Caetano Veloso. Essa canção foi um dos marcos inicias do movimento tropicalista em 1967.
Caetano Veloso, em parte inspirado pelo sucesso A banda, de Chico Buarque, que havia concorrido no festival de música da Tv Record no ano anterior, quis compor uma marcha assim como a canção de Chico. Ao mesmo tempo queria que fosse uma música contemporânea , pop, lidando com os elementos da cultura de massa daquela época. Caetano ainda inclui uma pequena citação do livro As palavras, de Jean Paul Sartre: "nada nos bolsos e nada nas mãos", que acabou virando "nada no bolso ou nas mãos".
Apresentada pela primeira vez no festival da Tv Record, daquele ano, a canção chocou os chamados "tradicionalistas" da música popular brasileira, devido a simples presença de guitarras.
No ambiente político-cultural na época, setores de esquerda classificaram a influência do Rock como um alienação cultural, o que também foi sentido por Gilberto Gil quando apresentou Domingo no parque, no mesmo
festival.
Apesar da rejeição inicial, a música acabou conquistando a maior parte da platéia. Acabou se tornando uma das favoritas, com as manifestações superando as facções mas nacionalistas. A música acabou chegando em quarto lugar na premiação final.
Com o improvável sucesso de Alegria, alegria, Caetano se tornou de imediato um popstar, febre que só passou após alguns meses, embora a música tenha lançado Caetano para fama, e sua carreira posterior só confirmando sua popularidade.
" Agora eu podia dizer mais uma coisinha a mais: eu acho que com relação a ideia que se fazia, de que fôssemos talvez traidores de um possível nacionalismo, na verdade no tropicalismo tínhamos uma atitude radical mente nacionalista agressiva, era de um nacionalismo agressivo, imensalmente ambicioso, que não morreu, de todo, mas no momento era bastante ingênuo, naquele momento era bastante ingênuo, que era de um nacionalismo de tomar posse de tudo e passar a ter essas forças nas nossas mãos, fossem elas assim: o domínio de cultura de massa, o domínio das tecnologias. Entendeu? Enfim, uma atitude de país que estava tornando sujeito da história do mundo, e que queria ser um sujeito diferente, original. Eu ainda quero isso".
Diz Caetano Veloso a uma entrevista, em um programa especial de 50 anos de sua carreira, exibido em 1992.
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